Professor explica como os mapas conceituais contribuem para uma melhor visualização dos temas e compreensão dos conteúdos que caem na prova
A proximidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e dos principais vestibulares do país, faz os estudantes intensificarem os estudos para absorverem todo o conteúdo didático que vai cair nas provas. Para esta edição, que será realizada nos dias 3 e 10 de novembro, mais de cinco milhões de alunos estão inscritos, superando os números de anos anteriores.
O volume de matérias que os alunos precisam estudar faz com que muitos recorram à famosa ‘decoreba’ para fixar os conteúdos. No entanto, educadores e especialistas em educação afirmam que decorar não é a melhor maneira de aprender, pois, na hora da prova, o temido ‘branco’ pode atrapalhar.
Durante os estudos, os alunos devem compreender, de fato, os conceitos das matérias. Nesse sentido, uma ferramenta pode ser aplicada ao processo para que os estudantes tenham consciência de que absorveram mesmo os temas vistos em sala de aula: os mapas conceituais.
Os mapas conceituais são representações visuais utilizadas para conectar conceitos a partir de um tópico. Eles costumam ser construídos em formato de diagramas, que servem para explicar e analisar a estrutura de um pensamento.
A ferramenta e a sua aplicação na educação são temas do livro “Diagramas: no processo ensino/aprendizagem”, do professor Henri Castelli lança. O lançamento foi no dia 23 de setembro, em Sorocaba.
Mestre em comunicação e cultura, além de pesquisador sobre as relações entre comunicação e educação, o professor explica que os mapas conceituais dividem um tópico central em conceitos associados, que são conectados por palavras ou frases de ligação que explicam a relação entre elas.
“Esses diagramas podem ser usados como instrumentos didáticos porque representam, visualmente, as relações entre os conceitos vistos em sala de aula ou, até mesmo, ao longo de um curso inteiro”, detalha Castelli.
O professor defende que, aplicados na rotina de estudos, os mapas conceituais também podem ser utilizados para a avaliação dos alunos. “Eles servem como instrumentos de avaliação, com o objetivo de identificar lacunas na aprendizagem e promover a evolução do conhecimento. Essa ferramenta mostra aos professores e educadores o que o aluno demonstra saber sobre o assunto estudado”.
Segundo Castelli, um professor pode solicitar que o estudante construa um diagrama que mostre a relação entre os conceitos estudados. “Se, por exemplo, algum conceito não aparece no mapa ou foi relacionado de maneira incorreta, o professor e o próprio aluno passam a ter consciência daquilo que precisa ser melhor trabalhado em sala de aula ou nos estudos em casa”, afirma.
Os mapas conceituais já são aplicados na educação, porém, o professor acredita que esse conhecimento ainda pode ganhar mais espaço. “Os mapas são instrumentos que podem levar a mudanças profundas na forma de ensinar, avaliar e aprender. Eles contrariam as técnicas de aprendizagem mecânica e promovem uma aprendizagem mais significativa”, opina o mestre em comunicação e cultura.
Aplicação em empresas
Os mapas conceituais não são úteis apenas para a educação e podem ser aplicados, também, em empresas, de acordo com o professor. “Empresários e empreendedores, dos mais variados portes e setores, que queiram organizar informações de forma lógica e visual conseguem fazer isso através dos diagramas”, diz.
Castelli aponta que os mapas podem ser usados como roteiros em reuniões de trabalho ou, ainda, para que colaboradores possam registrar ideias levantadas em momentos de troca e colaboração.
Planos de marketing, vendas, recursos humanos e, até mesmo, planos de negócios completos podem ser elaborados com a ajuda de mapas conceituais, indica o professor. “É um recurso que ainda tem potencial para registrar oportunidades de negócios, demandas de potenciais clientes, nichos de mercado e tendências dos setores”, finaliza.
Sobre o autor
Henri Castelli é professor universitário e mestre em comunicação e cultura. É formado em engenharia elétrica, com especialização em Telecomunicações. Também possui MBA em gestão de negócios e formação técnica em mecânica de precisão.
Atua, ainda, como pesquisador nas áreas de comunicação e educação, além de oferecer consultorias e treinamentos para empresas. É autor do livro “Diagramas: no processo ensino/aprendizagem”, publicado pela editora Dialética.