O Supremo Tribunal Federal condenou por unanimidade a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão após votação da 1° Turma, ocorrida na última quarta-feira (14). O STF analisa o caso penal onde Zambelli e Walter Delgatti Neto, conhecido como hacker da “Vaza Jato”, são réus pelos crimes de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça e falsidade ideológica.

O ministro Luiz Fux foi o último a votar e acompanhou o voto do relator, Alexandre de Moraes. Além deles, os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia também votaram a favor da condenação. A análise segue até dia 16 de maio, realizada no plenário virtual da corte. As defesas ainda podem recorrer, após finalizado o julgamento.

Em nota, Zambelli comenta estar sendo vítima de perseguição política. “Meu mais profundo sentimento e inconformismo diante do voto proferido pelo ministro Alexandre de Moraes, que, ignorando os fatos e a ausência de provas nos autos, optou por me condenar injustamente” afirmou a deputada.

De acordo com a acusação da Procuradoria Geral da República, a deputada teria liderado a invasão ao sistema do Conselho com o objetivo de emitir um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, simulando que ele teria ordenado sua própria detenção.

A votação determina a perda do mandato de Zambelli, que deverá ser declarada pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, e inelegibilidade por oito anos.

Ainda em nota, a deputada diz “Repito: não há qualquer prova que sustente essa condenação. O que existe é uma tentativa clara de silenciar uma mulher de direita, deputada eleita pelo povo, que não se curva diante de abusos de poder”, também relata estar com consciência tranquila: “Sigo com a consciência tranquila, pois jamais agi com dolo, violência ou má-fé, e nunca cometi qualquer ato criminoso punível pela legislação brasileira”.

Além da condenação, a congressista e Delgatti deverão pagar R$ 2 milhões em indenização por danos materiais e coletivos.