Por meio de ofício enviado ao Prefeito Guto Issa, na quarta-feira, dia 13 de novembro, o Presidente da Câmara, Vereador Rafael Tanzi, solicita, que Guardas Municipais, realizem reforço de segurança no plenário da Câmara Municipal, efetuando um cordão de isolamento entre o público e os vereadores.
Segundo defende Rafael, no teor do ofício, a ação se deve, após a participação e manifestação dos servidores públicos, durante votação do projeto de Lei, em primeira discussão, que visa mudar a estrutura do sistema previdenciário da Prefeitura, na noite de terça-feira, dia 12.
No dia em questão, aos gritos de “Vergonha” e “Greve”, os servidores cobravam que não ocorresse mudanças no atual formato, e que existisse um maior diálogo e transparência entre Prefeitura, Câmara e a classe de trabalhadores, para tratar assuntos desta magnitude, que impactam a vida de todos.
O Presidente da Câmara ainda destaca em seu ofício. “Durante o debate, lamentavelmente, membros do público excederam os limites de civilidade, infringindo normas essenciais para o bom andamento dos trabalhos legislativos. O ambiente tornou-se incontrolável devido a gritos, interrupções dos pronunciamentos dos vereadores (independentemente de serem favoráveis ou contrários ao projeto), e um comportamento crescente de desrespeito, incluindo o apoio de espectadores sobre o gradil de segurança, interações físicas sem a devida permissão dos parlamentares e invasão do Plenário, além da obstrução dos corredores e ofensas pessoais aos presentes. Esse conjunto de ações, claramente incivilizado, culminou em um tumulto significativo que impediu a continuidade da sessão, sendo necessário seu encerramento antecipado”.
Rafael Tanzi, finaliza o documento, dizendo a forma com que a GCM deve agir no interior do Plenário. “Reforçamos, ainda, que não se trata de mera questão de contingente. É necessário que os membros do efetivo da GCM escalados para essa tarefa sejam ostensivamente orientados a zelar, através da formação de um “cordão de proteção”, pela não aproximação do público do gradil (e dos vereadores, portanto) e, em hipótese alguma, do interior do Plenário, onde somente os vereadores e servidores autorizados devem estar presentes”.
O Vereador Cabo Jean, que teve suas emendas ao projeto rejeitadas pela maioria dos Vereadores, expôs seu posicionamento sobre esta atitude, por meio das suas redes sociais. “É o cumulo do absurdo, e se não fosse ainda mais absurdo, agora querem tratar o servidor que quer lutar pelo seu futuro como se fossem bandidos? Que vergonha, meu Deus, a cada dia que passa eu me sinto mais vergonha dessa Câmara Municipal, dessa Legislatura, dessas atitudes autoritárias. O papel dos vereadores é defender, é lutar pelas pessoas, e não favorecer prefeito e seus interesses. Estão com medo do que? Na última sessão não tinha bandidos, não tinham marginais, não tinha nada mais do que trabalhadores que estão defendendo e manifestando a sua luta contra quem querem prejudicá-los. E vou mais, foram muito pacíficos, e mesmo assim foram ignorados e desrespeitados com deboches. Agora querem ainda jogar esses trabalhadores uns contra os outros, querem colocar os nossos GCMs ao constrangimento, esses mesmos GCMs que acima de tudo também são servidores públicos do nosso município e estão nessa luta, pois também serão afetados com tamanha maldade preparada. Engraçado, eu estava nesta mesma sessão mencionada, e em momento algum me senti ameaçado, muito pelo contrário, me senti abraçado, até porque eu estava defendendo eles e não querendo puni-los. Eles queriam o adiamento para um diálogo, mas tiveram as costas e os sorrisos sarcásticos de vários”, defende.
A votação da segunda discussão do referido projeto de Lei Complementar, deve ocorrer na sessão de terça, dia 19 de novembro.