A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo fez na última semana uma revisão na estatística dos casos de mortes por dengue nos municípios do Estado.
Assim, a Secretaria divulgou todos os números.
Na região de Sorocaba, foram apontados os municípios que contabilizaram mortes confirmadas por dengue.
Algumas cidades ainda tem óbitos que seguem em investigação pelo Instituto Adolfo Lutz, responsável pelas análises no Estado, por isso, esses possíveis casos não constam na lista.
Na região, conforme o Painel de Monitoramento da Secretaria Estadual da Saúde, 11 municípios têm mortes confirmadas por dengue.
São eles:
Boituva (1)
Itapetininga (4)
Itu (7)
Mairinque (2)
Piedade (1)
Pilar do Sul (1)
Porto Feliz (1)
Salto (9)
Salto de Pirapora (1)
São Roque (4)
Votorantim (4).
Nessas cidades, o número de casos soma 46.478.
Butantan explica aumento de casos
Em 2024, até agosto, foram notificados 6,4 milhões de casos prováveis de dengue no Brasil, sendo 5 milhões deles confirmados pelo Ministério da Saúde.
O número é seis vezes maior na comparação com o do ano todo de 2023, que chegou a 1,6 milhão. Com isso, o Brasil lidera a quantidade de casos da maior epidemia de dengue da história na região das Américas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas o que explica esse aumento substancial?
De acordo com o médico infectologista e diretor de Desenvolvimento Clínico do Instituto Butantan, José Moreira, uma das principais razões para a atual epidemia é a circulação simultânea dos quatro sorotipos do vírus da dengue, uma situação considerada atípica.
“Isso significa que há introdução de genótipos novos em uma população que é suscetível a ter a doença, pois ainda não se infectou. Crianças e adolescentes que ainda não tiveram exposição aos tipos 3 ou 4, por exemplo, que não circularam nos últimos anos, ficam mais expostas e são mais suscetíveis à doença grave em infecções secundárias”, explica.
É justamente a variação genética do vírus que representa o maior problema da dengue: quando infectado por um sorotipo, o indivíduo adquire imunidade contra aquele vírus específico.
No entanto, em contato com um segundo sorotipo, o paciente tem maior risco de desenvolver a doença grave, devido a uma resposta exacerbada dos anticorpos produzidos na infecção anterior.
O último Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde aponta que, em 2024, todos os estados apresentaram cocirculação dos tipos 1 e 2. Alguns locais tiveram registro dos sorotipos 1, 2 e 3, como Roraima, Pará, Amapá, Maranhão, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Detecções do sorotipo 4 foram registradas em Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.