
Moradores do bairro Genebra, localizado na zona leste de Sorocaba, na região de Brigadeiro Tobias, protocolaram um pedido na Câmara Municipal solicitando que o trecho da Rodovia Raposo Tavares, entre os quilômetros 84 e 88, seja transferido da gestão estadual para a administração municipal. O documento foi entregue na última terça-feira (3) e tem como principal objetivo impedir a instalação de pórticos de pedágio no perímetro urbano da rodovia.
A proposta conta com uma lista de reivindicações ligadas à infraestrutura da região e pede o apoio dos vereadores para intermediar um diálogo entre a Prefeitura e o governo estadual, visando um possível acordo para a municipalização do trecho. A ação faz parte do movimento liderado pela Frente Parlamentar e Popular “Novos Pedágios Não”, que tem mobilizado moradores e lideranças políticas locais contra a criação de novas praças de pedágio nas entradas de Sorocaba. O presidente da Câmara, vereador Luís Santos (Republicanos), assim como todos os parlamentares, recebeu formalmente o pedido.
O bairro Genebra enfrenta uma série de dificuldades estruturais, segundo relatos de seus próprios moradores. Um morador antigo lembra que a comunidade existe há décadas e é marcada por áreas de preservação ambiental, nascentes e matas nativas, mas sofre com a falta de investimentos públicos. “É um bairro histórico, com grande valor ambiental, mas abandonado ao longo do tempo”, afirmou.
Um dos principais argumentos contra a instalação dos pórticos é o impacto direto na mobilidade dos moradores. Segundo outro morador, o pedágio limitaria o direito de ir e vir dos residentes, que não contam com vias marginais ou rotas alternativas para sair do bairro sem acessar a rodovia. Ele destaca a necessidade de atuação direta do prefeito junto à concessionária responsável e ao governo do Estado para impedir a cobrança na região.
Já uma moradora ressalta as dificuldades práticas que um pedágio traria ao cotidiano das famílias. Ela aponta que muitas atividades essenciais — como levar os filhos à escola, às terapias ou buscar atendimento médico — exigem deslocamentos constantes. Além disso, o bairro carece de serviços básicos como farmácias, forçando os moradores a se deslocarem para outras regiões. Com a eventual instalação dos pórticos, essas ações rotineiras passariam a ter custo adicional.
A proposta de municipalização surge, portanto, como uma alternativa concreta para barrar o projeto de pedágio urbano, que tem gerado intensa mobilização e preocupação entre os moradores da região leste de Sorocaba.