A morte de Suzana da Silva Rodrigues Sales, moradora do bairro Mirante dos Ovinis, em Votorantim, levantou questionamentos sobre o atendimento médico recebido na Unidade Pré-Hospitalar (UPH) Zona Leste de Sorocaba. O filho da paciente, Diego Rodrigues, procurou o São Roque Notícias para relatar o caso e alertar outras famílias.

Suzana, que era dona de casa e cuidava da mãe idosa, começou a apresentar inchaço no meio de janeiro. Segundo Diego, ela foi levada ao Pronto Atendimento de Votorantim, onde o diagnóstico foi de infecção urinária. Após completar o tratamento com antibióticos, os sintomas persistiram. “Percebemos que ela continuava inchada, levamos ela de volta ao médico, que passou um novo remédio, mas ela começou a sentir muitas dores nas pernas e falta de ar”, relatou o filho.

No dia 5 de fevereiro de 2025, Suzana procurou atendimento na UPH Zona Leste de Sorocaba, onde foram realizados exames. Segundo Diego, “fizeram uma drenagem nela naquela noite e retiraram cerca de 5 litros de líquido, o exame de sangue já constatava plaquetas baixas, mas mesmo assim liberaram ela para casa”. A paciente, no entanto, solicitou internação, que foi negada. “Ela implorou por internação e o médico simplesmente liberou ela”, desabafou Diego.

Na manhã seguinte, 6 de fevereiro de 2025, Suzana desmaiou em casa e foi levada novamente à mesma unidade. “O médico disse que o caso dela era grave e que não poderiam ter liberado ela pra casa na noite anterior”, contou Diego. A paciente foi intubada e, dessa vez, diagnosticada com dengue hemorrágica, vindo a falecer horas depois. “A pergunta que fica para mim é como no dia 5 não constataram a dengue e no dia 6 sim? Ela já estava com sintomas, já era pra ter sido constatado”, questionou o filho.

Diego Rodrigues, que trabalha como analista de marketing, afirmou que não registrou boletim de ocorrência, mas foi informado por uma médica da família que uma sindicância foi aberta para investigar o caso. “Quero fazer essa denúncia para todos tomarem cuidado, porque isso não se faz com ninguém”, declarou.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Sorocaba informou que solicitou os relatórios médicos do atendimento, com prazo de 15 dias para resposta. O caso será analisado inicialmente pela comissão de ética da UPA.

Ainda segundo a Secretaria, os protocolos seguidos pela UPH Zona Leste para o atendimento de pacientes com suspeita de dengue podem ser consultados no link: [http://saude.sorocaba.sp.gov.br/wp-content/uploads/2023/04/fluxo-de-atendimento-para-casos-suspeitos-de-arboviroses-em-rede-privada-de-saude.pdf](http://saude.sorocaba.sp.gov