Adriana Pacheco, ex-bailarina e educadora física, nasceu e começou sua trajetória na dança em Sorocaba, onde estudou na escola “Silvia Lais Ballet” até os 18 anos. Formada em Educação Física, mudou-se para os Estados Unidos com o esposo, também de Sorocaba, devido ao trabalho dele. Em 1998, Adriana viu sua carreira interrompida ao receber um diagnóstico de lúpus, uma doença autoimune que afetou suas articulações e trouxe dores intensas, comprometendo até os movimentos mais simples do cotidiano.
“Eu estava com dores articulares muito fortes, minhas articulações inchavam e ficavam vermelhas. O cansaço era extremo. Receber o diagnóstico de lúpus foi muito difícil, principalmente porque a doença era pouco conhecida na época”, conta Adriana, que na época precisou se afastar dos palcos.
Após se estabelecer em Nova Iorque, Adriana encontrou um especialista que, junto com novos tratamentos, possibilitou que ela voltasse ao balé, ainda que de forma adaptada. Foi então que ela conheceu a técnica Floor-Barre, que se baseia em movimentos de balé realizados no chão, reduzindo o impacto sobre as articulações. A técnica, inicialmente voltada para a reabilitação de bailarinos lesionados, ganhou popularidade entre pessoas com diferentes níveis de mobilidade e idades, por seus benefícios no fortalecimento e alinhamento do corpo. “O Floor-Barre foi uma descoberta importante. A técnica não exige que o corpo suporte o peso da gravidade como no balé tradicional, o que foi essencial para mim,” explica Adriana.
Em 2018, Adriana trouxe essa técnica para o Brasil. “ A ideia é que qualquer pessoa, independente de ser bailarina ou não, possa se beneficiar desse método. Alunos de todas as idades e condições físicas relatam melhorias na mobilidade, postura e equilíbrio”, comenta Adriana.
Para muitos, o impacto do Floor-Barre vai além dos benefícios físicos, proporcionando uma nova percepção sobre o próprio corpo. Deborah Samarino, bailarina profissional ,descreve a experiência: “A técnica me trouxe benefícios expressivos. Com algumas sequelas cirúrgicas, pude alinhar meu corpo de forma que senti a diferença entre uma perna e outra, e, com essa percepção, fui capaz de corrigir esses alinhamentos. Sinto uma melhora evidente na performance, principalmente em movimentos que exigem força e estabilidade. O método me surpreendeu, e Adriana é uma professora cuidadosa e atenta às correções. Sinto-me mais forte, consciente e segura”, finaliza .