Foi decretado que 21 cidades do estado de São Paulo estão em emergência para dengue neste início de 2025, afirma a Secretaria de Estado de Saúde (SES-SP). Entre as cidades, estão: Dirce Reis, Espírito Santo Do Pinhal, Estrela D Oeste, Glicério, Guarani D Oeste, Igaratá, Indiaporã, Jacareí, Marinópolis, Mira Estrela, Ouroeste, Paraibuna, Populina, Potirendaba, Ribeira, Rubineia, São Francisco, São José do Rio Preto, São José Dos Campos, Tambaú e Tanabi.
Segundo o Painel de Arboviroses, Dengue do Nies (Núcleo de Informações Estratégicas em Saúde), nas duas primeiras semanas epidemiológicas do ano foram registrados no estado de São Paulo, 18.100 prováveis casos de dengue e 4.340 confirmados. Não há confirmação de mortes e 30 óbitos estão em investigação.
No mesmo período do ano anterior, foram registrados 16.393 prováveis casos, com 16.059 confirmados e 10 mortes. Em 2023, as duas primeiras semanas do ano registraram 5.203 prováveis casos, 5.059 confirmados e quatro mortes.
Em nota, a SES-SP informa que monitora continuamente o cenário de dengue e outras arboviroses no estado, considerando indicadores importantes para a avaliação da epidemia.
Os casos de dengue aumentaram consideravelmente no Brasil em 2024, com aumento de 316% em relação a 2023. Até o final do ano passado, foram registrados 5.866.634 casos confirmados e mais de 6.000 mortes.
A cidade de São Paulo também registrou os números mais altos da última década, com 623.437 casos e 475 mortes. Outros 4.606 casos e 235 óbitos estão em investigação. Em todo o estado foram 2.129.620 casos confirmados e 2.067 óbitos em 2024, sendo a maioria na capital.
O Ministério da Saúde relata que São Paulo está entre os seis estados monitorado para o risco de aumento de dengue em 2025. Segundo estimativas da InfoDengue, os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná também devem registrar aumento de casos.
Em nota, informam: “Esses estados apresentam sinais de aumento nas infecções, mas todas as regiões contarão com o apoio do Ministério da Saúde para o controle da doença”.
Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério de Saúde, apontam que até o momento são 7.300 casos prováveis de dengue em São Paulo, com 14 mortes em investigação. Questionada sobre a diferença dos números divulgados pela secretaria estadual, a assessoria do ministério menciona que a mudança pode ser observada por fatores como defasagem temporal no envio, consolidação dos dados e diferenças metodológicas nos critérios de classificação dos casos.
O órgão também afirma que o monitoramento dos casos de dengue e outras doenças é realizado de forma contínua e integrada com estados e municípios. Relatam que com chegada do verão, pode ter uma alta de casos em relação a 2024. O principal fator que justificaria tal aumento, é a continuidade do fenômeno El Niño, que intensifica condições climáticas favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Em novembro, foi publicado um estudo com dados dos 645 municípios paulistas que aponta uma ligação entre o aumento da infestação de Aedes com o fenômeno climático. Segundo a pesquisa, a maior incidência de larvas do mosquito foi detectada em ambientes com temperaturas acima de 23,3°C e volume de chuvas excedendo 153 milímetros.
Vacina contra a dengue
O Ministério da Saúde anunciou a compra de 9,5 milhões de doses da vacina Qdenga, da fabricante japonesa Takeda, contra a dengue. Segundo as informações, 5,5 milhões foram enviadas aos estados e Distrito Federal. A estratégia é dar continuidade à vacinação do público-alvo que, no Brasil, são crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
Devido à limitação de produção do laboratório, não há disponibilidade da vacina em larga escala, por isso as doses adquiridas serão aplicadas somente nesse público.
O governo inaugurou o Centro de Operações de Emergência (COE) para Dengue e outras Arboviroses e o novo plano de contingência nacional para dengue, chikungunya e zika. Eles informam que o investimento é de R$ 1,5 bilhão para o plano de enfrentamento da doença em 2024 a 2025.
Até o dia 9, foram notificados 16.300 casos prováveis de dengue e 16 óbitos em investigação no país.